quinta-feira, outubro 29, 2020

Pearl Harbor


Título: Pearl Harbor (Pearl Harbor)
Autor: A.J. Barker
Editora: Renes (distribuição em bancas, Fernando Chinaglia)
Páginas: 153 (154-159 Apêndices A e B, 160 Bibliografia)

Tradução: Edmond Jorge

Esse livro faz parte de uma coleção chamada "História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial", que como o nome diz, conta a história da Segunda Guerra dividida entre os livros da coleção. Esse, fala sobre o ataque a base americana de Pearl Harbor, no Havaí. Um "subtítulo" 'Tora, Tora, Tora' que significa 'Tigre, Tigre Tigre' simboliza esse ataque. O planejamente havia sido iniciado há algum tempo, mas os japoneses preferiam uma saída diplomática. Entretanto, os Estados Unidos e a Inglaterra estavam "sufocando" o Japão em decorrência das invasões nipônicas na Indochina a outras localidades da Ásia. O planejamento foi meticuloso, com muito treinamento e muito sigilo. Nem todos no Japão eram a favor do ataque, mas entenderam que talvez não houvesse outro jeito. Quando o Japão concluiu que não haveria saída diplomática, ele simplesmente fez o ataque de surpresa, que deu mais certo do que eles imaginavam. Mas claro, isso fez os países entrarem em guerra, e como se sabe, no final o Japão se rendeu.
Quando peguei o livro, confesso que não esperava muito dele, mas me surpreendi. É muito bom, contado com detalhes como tudo aconteceu, sem no entanto ser chato.
A impressão do livro incomodou um pouco por haver pouco espaço de margem entre o texto e o final da folha, mas isso é mais psicológico. Há muitas fotos, todas em p&b, mas que ajudam a contextualizar melhor a história. É realmente bem interessante saber como tudo aconteceu, e depois de ler o livro ficamos com uma ideia um pouco diferente do que um leigo no assunto podia ter antes de saber como tudo aconteceu. Apesar de ser um assunto espercífico, que é a Segunda Guerra Mundial, é uma história muito interessante sobre um acontecimento que se tornou mundial mesmo em uma época sem Internet. realmente vale a pena ler. Nota 8.0

segunda-feira, outubro 26, 2020

História do Pudor


Título: História do Pudor (Histoire de la Pudeur)
Autor: Jean Claude Bolone
Editora: Elfos
Páginas: 402 (405-429 Notas, 433-443 Bibliografia)

Tradução: Telma Costa

O autor pretendeu com esse livro contar a "história do pudor", e conta de uma forma um tanto quanto confusa, a evolução da "vergonha", "decência" enfim, o pudor propriamente dito. Há um destaque grande para a história na França, que o próprio autor "confessa", mas que de certa forma se confunde com a Europa que na verdade é o berço da civilização ocidental. Ele dividiu o livro em duas partes e uma conclusão. A primeira parte: "O pudor na vida quotidiana", onde escreve os capítulos 'O pudor no banho', 'Pudor e vestuário', 'Pudores médicos', 'O pudor no leito', 'As proceissões de nus', 'Conversas de cadeira furada' e 'O rei nu'. A segunda parte é "O pudor na representação", com os capítulos 'As artes plásticas e o pudor', 'Teatro e cinema: as batalhas do nu', 'O medo das palavras', 'Deus vai nu' e 'O pudor em cartaz'. Depois tem a conclusão: "O campo histórico do pudor' e dois apêndices: 'O pudor na moral da acção' e 'Nudismo e heresias'. 

O texto é muito concentrado em reis e rainhas, principes e nobres, mas fala de como as pessoas reagiam aos costumes da época. Conta também a polêmica sobre se Jesus Cristo foi crucificado nu ou não, e sobre os crucifixos e estátuas de Cristo cobertas ou desnudas. É bem pesquisado com uma ampla bibliografia, mas fiquei perdido em datas e séculos que são citados de forma meio que aleatória. O autor fala de alguma coisa do século XII depois do século XVIII depois volta para o século XIV e vai contando a história sem se preocupar muito com a cronologia. Além disso, a Telma Costa, a tradutora, devia ser certamente protuguesa, ou melhor a edição é de Portugal. palavras como "acção", "actual", "fato" (como roupa), "raparigas", entre outras, dificultam um pouco o entendimento do livro. Ainda assim é interessante ver como a cultura é dinâmica. Os costumes variam de época para época e às vezes voltam ao que era antes. Reconheço que é difícil contar a história do pudor, mas penso que o texto devia ser mais cronológico. Apesar disso, há muita informação histórica importante e interessante. Nota 4.5 

segunda-feira, outubro 05, 2020

A Invenção do Restaurante


Título: A Invenção do Restaurante (The Invebtion of the Restaurant Paris and Modern Gastronomic Culture)
Autor: Rebecca Spang
Editora: Record
Páginas: 296 (297-375 Notas, 377-378 Ilustrações, 379-381 Agradecimentos)
ISBN: 8501060682

Tradução: Cynthia Cortes e Paulo Soares

Rebecca L Spang conta nesse livro, conforme diz o título, a história da invenção do restaurante. Nessa época, a década de 1760, "restaurante" não era o nome do estabelecimento, mas sim o nome de um caldo de carne que "restaurava" o bem estar do clientes. Assim como "amanciante" serve para amaciar, "fortificante" serve para fortificar, "restaurante" servia para restaurar (a saúde, por assim dizer, de quem o bebia). Inicialmente serviam apenas caldos, foi só com o tempo que passaram a diversificar e a servir outros tipos de alimentos. O restaurante nasceu em Paris, e por muitos anos era só lá encontrado. O livro não revela quando os restaurantes foram migrados para outros países. O texto termina no século XIX.
Além de contar como foram criados os restaurantes, o livro conta muito da história da França, da época da revolução da queda da Bastilha e todas as implicações que influenciaram na criação dos restaurantes, e vice-versa. Há muito conteúdo explicando os costumes alimentares dos franceses dessa época. Os restaurantes eram objetos de curiosidade de turistas e lugares que os nativos frequentavam cada vez mais. Eram lugares de luxo, que nem todos podiam pagar, mas com o tempo criaram-se restaurantes para todas as classes sociais.
A linguagem do livro lembra textos de tese de universidade, com palavras, às vezes rebuscadas e as desagradáveis notas no final do livro. É interessante de ler, mas acho que o nível de detalhamento de algumas partes foram um pouco além do que deveria, tornando o livro mais longo do que poderia ser. Por outro lado, acho que ficou incompleto por só citar Paris, afinal restaurantes hoje existem no mundo todo. É bom, é curioso, mas se não tem mais da história da França do que do próprio restaurante, pelo menos fica quase igual. Nota 6.5