segunda-feira, setembro 25, 2017

Vida e Morte em São Paulo

Titulo: Vida e Morte em São Paulo
Autor: Marcos Drumond Junior
Editora: Brasiliense
Páginas: 127 (129-134-Referências Bibliográficas, 135 sobre o autor)
ISBN: 8511000615

Esse livrinho faz parte de uma série chamada SP21 que se diz "um panorama dos caminhos da metrópole neste novo milênio". Na verdade ele traz uma série de estatísticas sobre como as pessoas morrem em São Paulo. Claro que violência, problemas com drogas e alcoolismos, e obviamente, doenças cardíacas, principalmente entre as pessoa mais velhas, estão entre as causas mais frequentes.
Na verdade é uma coleção de estatísticas, "justificadas" pelo autor.
Não é um livro agradável de ler, é preciso amar muito São Paulo para ter paciência para ler essas 127 páginas. O autor fica descrevendo, ou justificando, cada item das várias estatísticas que tem no livro. Parece muito com uma tese de mestrado, ou coisa parecida, mas não achei agradável de ler. Na verdade é bem chato, mas dá pra entender, através da leitura desse livro, os erros e as injustiças sociais que ocorrem nesse país onde se localiza a linda cidade de São Paulo. Nota 3.5

quinta-feira, setembro 21, 2017

Mystery Train

Título: Mystery Train
Autor: Luiz Bernardo Pericás
Editora: Brasiliense
Páginas: 149 (151 sobre o autor)
ISBN: 9788511001006

Apesar do título ser em inglês, trata-se de uma obra de um escritor brasileiro. A história é de um viajante, uma espécie de mochileiro, que resolve que estava na hora de conhecer melhor os Estados Unidos. Ele pega um trem e vai passando por cidades como Denver, e os estados de Utah, Nevada, até chegar a California, onde encontra um amigo, Bernardo. Depois de ficar um pouco em San Francisco, eles vão a Los Angeles, e depois decidem ir ao Novo México. De lá, o Bernardo volta à California e o protagonista vai para Chicago, voltando depois para New York, sempre de trem. Na viagem eles frequentam bares de baixo nível, e hotéis baratos. Ele certamente não tinha muito dinheiro.
O autor tem tendência esquerdista é como todos eles, gosta de criticar quem ganha dinheiro, defendendo sempre a "classe operária". Ele deixa transparecer esse aspecto em várias passagem do livro. É também histórico. É interessante aprender algumas coisas sobre a história americana, apesar de ser sempre através da visão socialista do autor. Não tenho certeza do que é ficção ou realidade nesses relatos, mas esse viés esquerdista me incomodou um pouco. Afinal, se os Estados Unidos são tão capitalistas, o que ele estava fazendo lá? Mas, o texto não é ruim de ler, embora seja um tanto quanto depressivo em grande parte do livro. Apesar de tudo lê-se rapidamente. Nota 5.0

terça-feira, setembro 19, 2017

Muito Além dos Arrozais

Título: Muito Além dos Arrozais
Autor: Sérgio Lucena e Elisa M. Lucena
Editora: Zeus
Páginas: 101
ISBN: 8588038056

O livro conta a história de um ex-combatente da guerra do Vietnã, que durante uma batalha encontra Ngo Van Ky, um velho vientnamita ferido mortalmente abraçado a uns cadernos. O velho os entrega ao soldado pouco antes de morrer. Muito tempo depois, a guerra já uma lembrança distante, o ex-soldado encontra os cadernos e resolve procurar alguém para traduzi-los. Em primeiro lugar ele procura um antigo colega do exército que conhecia o idioma local e pede ajuda, mas este se recusa, dizendo querer esquecer todo aquele passado. Então, por sugestão desse mesmo colega, ele coloca um anúncio nos classificados e realmente aparece um casal de vietnamitas idosos que o ajuda na tradução. São três cadernos com mensagens edificantes e histórias para pessoas repensarem a vida. Na verdade um livro é para quem acredita na "vida" o outro é para quem está na dúvida e o terceiro é para os mais descrentes.
È um livro curto e rápido que não diz muita coisa. Não achei nada de novo nas mensagens. E pior, ainda há um certo apelo religioso. Não é um livro ruim de ler, mas está longe de ser maravilhoso. É mais um passatempo, mas pode ser que "toque" algumas pessoas, não foi o meu caso. Nota 5.0

sábado, setembro 16, 2017

Resultado Bruto

Título: Resultado Bruto (Marge Brute)
Autor: Laurent Quintreau
Editora: Rocco
Páginas: 127
ISBN: 9788532524164

Tradução: Bernardo Ajzenberg

A história do livro do francês Laurent Quintreau se passa em uma reunião corporativa composta por 11 pessoas em uma empresa de comunicação situada na França. O chefe, Rorty, é quem comanda a reunião. Ele é obcecado em diminuir custos de salários com o enxugamento da empresa através, obviamente, de demissões. As pessoas envolvidas com seus funcionários estão desconfortáveis com essa ideia. Entretanto todos tem problemas pessoais e opiniões, digamos assim, particulares, sobre os outros participantes da mesa. Composto em 11 capítulos, cada capítulo descreve o pensamento íntimo de cada participante, mostrando que seus pensamentos estão distantes, em grande parte do tempo, do propósito da reunião.
É mais um livro diferente, curto, que se lê em dois dias no máximo, e no qual os únicos sinais de pontuação no texto, são reticências que iniciam e terminam cada capítulo, e vírgulas. Não há um ponto de exclamação, interrogação, ponto final, parágrafo ou ponto-e-vírgula. Acredito que o autor quis representar como funciona a mente. Apesar que nos nossos pensamentos existam interrogações, exclamações, etc. Mas ele preferiu não colocar.
Realmente é um livro desconcertante para pessoas que acreditam no falso padrão cultural que nossa sociedade insiste em fingir que existe. É de uma realidade cruel para quem vá comandar uma reunião, embora o próprio chefe também tenha pensamentos paralelos extra-assunto de trabalho. 
De alguma forma o autor fez uma relação com a "Divina comédia" de Dante, e agrupou os nove primeiros capítulos no que ele chamou de "Inferno", o décimo capítulo de "Purgatório" e o último de "Paraíso", mas esse agrupamento não é tão relevante assim para o livro.
Apesar de não ser um livro comédia, às vezes é bem engraçado, e, como disse acima, expõe a hipocrisia da nossa sociedade ocidental. Nota 7.0

quinta-feira, setembro 14, 2017

O Mundo Explicado por T.S. Spivet

Título: O Mundo Explicado por T.S. Spivet (The Selected Works of T.S. Spivet)
Autor: Reif Larsen
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 375 (mais 2 para agradecimentos)
ISBN: 9788520921975

Tradução: Adriana Lisboa

T.S. Spivet (Tecumseh Sparrow Spivet) é um garoto de 12 anos que mora em um rancho em Divide, Montana, USA, e que tem uma mãe cientista, estudiosa de insetos e um pai caipira, com estilo cowboy, além de Gracie, sua irmã. Ele tinha um irmão, Layton, que morreu acidentalmente com um tiro no celeiro do rancho dos seus pais. T.S. gosta de ciências e se autodenomina um cartógrafo, mas isso em um sentido mais amplo da palavra. Ele não desenhava só mapas, ele desenhava "esquemas". Na verdade ele desenhava de tudo, desde besouros a pessoas dançando, ou uma mesa de jantar. Com esse "dom" ele foi involuntariamente inscrito para receber o prêmio Baird do Instituto Smithsonian em Washington D.C. Na verdade ele era uma garoto superdotado e que havia feito trabalhos para várias publicações. Ele ganha o prêmio e é convidado para recebe-lo em Washington. Mas as pessoas que o concederam não sabiam a idade dele.
Depois de hesitar um pouco, T.S. acaba decidindo ir receber o premio e discursar. Para isso ele pega um trem como clandestino e vai até Chicago, de onde pega carona para ir à capital americana. Lá ele encanta as pessoas com seu jeito, mas acaba cansando de tudo aquilo. A história do livro é basicamente essa.
É um livro diferente, com muitas ilustrações mostrando como T.S. via, ou "explicava" o mundo. Embora tenha traços de um livro juvenil, na verdade não é. Os pensamentos e o vocabulário de T.S. são bem sofisticados e adulto para um garoto de 12 anos. Entretanto, de vez em quando ele mostra um lado adolescente. É interessante de ler, embora, em alguns momentos, acho que o autor estica muito um assunto, como por exemplo, a história de Emma, uma antepassada de T.S.. É uma parte importante da história, mas acho que ficou muito longa. T.S. Spivet é muito inteligente, inclusive para perceber o quanto era criança nos momentos certos. É bom de ler, mas é um pouco longo. Os desenhos são muito bons. Nota 7.0