sábado, fevereiro 23, 2019

O Banqueiro dos Pobres

Título: O Banqueiro dos Pobres (Vers un monde sans puvreté)
Autor: Muhammad Yunus com Alan Jolis
Editora: Ática
Páginas: 343
ISBN: 850807503/0

Tradução: Maria Cristina Guimarães Cupertino

O professor universitário de economia Muhammad Yunus, de Bangladesh percebeu que seus ensinamentos em economia, que falavam de milhões de dólares, pouco ajudava aos pobres de sua comunidade, que precisavam de pouquíssimo dinheiro para sair da pobreza. O problema é que não tinham como conseguir essa quantia, pois o pouco que ganhavam era destinado a sua sobrevivência. Então, depois de algumas experiências, ele criou o Grameen, um banco especializado em microcrédito para pessoas paupérrimas, que jamais seriam aceitas em um banco comum. Ele não pedia nenhuma garantia, mas exigia uma mudança de vida. A experiência deu muito certo, apesar de críticas vindas de toda a parte. Ele expandiu o conceito para muito mais, e a ideia ganhou o mundo. Essa é a história desse livro.
O texto, que não é nenhuma grande obra literária, é muito bom e gostoso de ler. É realmente inspirador ver até onde a boa vontade, a crença nas pessoas, e o desejo de acabar com a pobreza podem levar. A ideia do professor é bem mais ampla do que ajudar as aldeias do seu país. Ele quer, e acha que pode, erradicar a pobreza do mundo. Ele não é nenhum socialista ou coisa do gênero. Ele acredita no trabalho autônomo e pouca interferência do estado. Ele sabe que a burocracia e a corrupção acabam com qualquer sonho de que um investimento honesto, para ajudar os desfavorecidos, possa realmente funcionar.
Acho que todo mundo devia ler esse livro que ajuda a mudar conceitos arraigados a tanto tempo na cultura popular. A ideia de se formar em uma universidade e se preparar para um bom emprego que dure a vida toda pode ser boa, mas no século XXI isso está mudando. E o trabalho autônomo pode ser bom para qualquer um, inclusive para as pessoas pobres e analfabetas. Elas podem ter uma chance de um futuro melhor. Nota 7.5

terça-feira, fevereiro 12, 2019

O Inventor do Papel

Título: O Inventor do Papel (The Monemaker)
Autor: Janete Gleeson
Editora: Rocco
Páginas: 282 (283, Agradecimentos - 285, Fontes - 297, Bibliografia)
ISBN: 8532519113


Tradução: Talita M. Rodrigues


O livro conta a história de John Law, escocês de Edimburgo, com talento em matemática que é uma espécie de jogador profissional, com muitas ideias e teorias sobre o sistema financeiro. Ele vive em Londres e acaba por se envolver em um duelo onde mata o seu oponente. Isso o leva a prisão. Ele foge e vai para a França, onde funda o primeiro banco francês a emitir papel-moeda. Nessa época, início do século XVIII, a moeda era apenas de ouro ou prata, mas havia escassez delas, e Law cria esse banco onde aplica sua teoria financeira. Ele negocia com ações e inclusive cria uma companhia baseada na América que se chamava Mississipi, e convence muita gente a aplicar nela. Pessoas ficam ricas da noite para o dia, mas acaba que aquilo vira uma "bolha" que uma hora estoura. Com isso muita gente perde dinheiro e ele fica extremamente mal visto. John Law é quase preso, mas foge para Holanda, e depois Veneza. Nessa época ele já era famoso em toda a Europa com críticos e admiradores. E é a história dele que é contada no livro.
É interessante ver como um personagem tão importante da história da Europa seja tão desconhecido no mundo atual. Esse desconhecimento inclusive é reconhecido no livro.
A leitura é agradável, mas não empolgante, entretanto extremamente importante para quem quer conhecer um pouco da história do dinheiro e até dessa época na Europa. Em alguns momentos do livro achei um pouco complicado os tramites financeiros, embora a autora, nascida no Sri Lanka, diga que evitou "detalhes financeiros complexos", já que o público alvo eram pessoas "comuns". É um livro obviamente muito importante para quem deseja conhecer a história da economia e parte da história da Europa, e por conseguinte, do mundo ocidental. Nota 6.5