Sexo na Casa Branca

Título: Sexo na Casa Branca: como a vida privada dos presidentes e poderosos norte-americanos mudou os rumos da história dos Estados Unidos e do mundo (One Nation Under Sex: How the Private Lives of Presidents, First Ladies and Their Lovers
Changed the Course of American History)
Autor: Larry Flint e David Eisenbach
Editora: Gutenberg
Páginas: 264 (265-310 Notas)
ISBN: 9788582350096

Tradução: Paulo Polzonoff Jr.

Embora o título possa sugerir algum texto erótico ou mais "picante", na verdade é mais um livro de história, onde os autores contam como a vida conjugal, extraconjugal, e sexual dos presidentes e pessoas influentes dos Estados Unidos alterou, ou melhor, moldou a história do país. O livro corretamente cronológico, fala dos relacionamentos de muitos presidentes americanos, desde a fundação do país. É um livro longo que conta a vida íntima desses personagens importantíssimos americanos, e mostra a grande importância que as esposas e amantes de presidentes, senadores, deputados e até do lendário J.Edgar Hoover, histórico chefe do FBI, tiveram em grandes decisões da história do país. Há muitos detalhes baseados em uma extensa lista de notas no fim de livro que relata fatos curiosos e interessantes dessas pessoas.
É um livro muito bom, mas pode ser cansativo se o leitor não tiver interesse na história americana. As notas no fim do livro não merecem ser lidas, são mais uma coleção de nomes e datas sem relevância para o texto em si. Apesar de parecer um pouco didático, é na verdade mais gostoso do que um simples material escolar, mas ainda assim eu realmente acredito que deveria ser indicado para qualquer curso de história americana. No final, da página 258 à 264, há uma conclusão brilhante dos autores, mostrando como bobagens morais desviaram a atenção dos verdadeiros problemas que os grandes líderes da nação deveriam se ocupar. Nota 7.0

11 anos no Alaska

Título: 11 anos no Alaska

Autor: Luciana Whitaker

Editora: Ediouro

Páginas: 157 (158-159 Glossário)

ISBN: 9788500022433

Luciana Whitaker trabalhou durante oito anos na Folha de São Paulo como fotógrafa. Em 1996 ela tirou férias desejando fazer alguma coisa diferente. Por sugestão de um amigo foi para o Alaska. Mas não Anchorage ou Fairbanks, ela foi para Barrow, a cidade mais ao norte do Alaska. Gostando muito de lá, onde arrumou um namorado, ela voltou ao Brasil, pediu demissão, e foi morar em Barrow. Esse livro conta a experiência dela durante os anos em que lá morou. É uma experiência muito interessante, e ela descreve muito bem como é a cultura Iñupiaq (os esquimós daquela região). Fala sobre as caça as baleias que faz parte da tradição do povo e que o fazem de forma sustentável. Ela não gostava daquilo, mas entendeu que em um lugar onde dificilmente se consegue cultivar alguma coisa. É necessário caçar.

O livro é dividido em capítulos com o título de cada ano, e subdividido em tópicos, com o título do dia em questão, como foi a vida dela em uma forma semelhante a um diário. É claro que não tem todos os dias do ano. são pequenas amostragens, mas que dá bem a ideia de como era sua vida por lá. Na verdade ela viveu mesmo de 1996 a 2004, portanto oito anos. Depois voltou para o Brasil, e em 2007 visitou Barrow novamente. O livro foi publicado em 2008, mas aparentemente ela continua indo ao Alaska regularmente. É um ótimo livro para quem, como eu, adora aquela região. Obviamente não é uma obra prima da literatura, até porque ela é fotógrafa, e o livro vem com muitas fotos coloridas em papel de boa qualidade. Mas foi muito bem escrito. Nota 8.0

Carga Perigosa

Título: Carga Perigosa

Autor: Ivan Sant'anna

Editora: Objetiva

Páginas: 311

ISBN: 8573024313

Ivan Sant'anna pesquisou viajando no caminhão de José Inácio da Silva, como são realizados os roubos de cargas de caminhão no Brasil. Então criou essa ficção baseado no que conheceu. É a história de Dimas, Aderaldo Barbosa e Maria da Consolação, e Raimundo Salvador, caminhoneiros que viajavam pelo Brasil cumprindo a rotina perigosa de levar cargas ao seu destino. Hércules Salgado, dono da empresa de cargas Assunção contrata Dimas para um carregamento de acetona, para uma empresa chamada Green Paradise, mas na verdade a carga vai ser roubada e levada para Bolívia, onde vale muito mais. Aderaldo e Consolação sofrem um acidente e Dimas os socorre. Paralelamente a isso Raimundo, que levou um calote de uma empresa do Rio de Janeiro também entra em um esquema fora da lei. O roubo de cargas está sendo pesquisado pela repórter Sandra Molinaro, da rede Austral, que conhece Raimundo e quer fazer a reportagem com ele. Todos esses personagens se misturam em uma história impressionante de corrupção, roubo e assassinato que ocorre pelas estradas do Brasil.

É um livro muito bom de se ler. É realmente desanimador ver que se é isso que ocorre pelo Brasil e países vizinhos, estamos em uma terrível teia de corrupção e roubo. Mas, independente disso, o texto é muito gostoso de ler. É um livro policial e que mostra como roubos e assassinatos podem ficar impunes aqui nesse país. No final, nessa história, de certa forma é feita um pouco de justiça, mas só porque o autor quis assim, por que na vida real, provavelmente as coisas ficariam sem serem resolvidas. Nota 8.5

Imaginando a Argentina

Título: Imaginando a Argentina (Imagining Argentina)

Autor: Lawrence Thornton

Editora: Best Seller (Nova Cultural)

Páginas: 254

Tradução: Edith de Barros Martins

Esse livro é uma ficção baseada na triste e sombria realidade da época da ditadura militar na Argentina. Martin Benn, que narra o livro em primeira pessoa, é amigo de Carlos Rueda, um homem que tinha um certo dom de prever ou adivinhar coisas. As pessoas que tinham seus parentes sequestrados pelo regime o procuravam na esperança de que ele desse algum indício de onde o ente querido podia estar, naquela forma em que os médiuns fazem. Enxergam uma coisa aqui, outra ali, mas dificilmente com muita precisão. Um dia, Cecília, a esposa de Carlos é sequestrada, e ele passa a procurá-la desesperadamente. Mas não interrompe seu trabalho que era em um teatro para crianças. Um determinado dia ele encena uma peça chamada Os Nomes, que faz alguma referência aos desaparecidos. Pouco depois a filha dele, Teresa, também é sequestrada. Carlos passa a acompanhar as "Mães da Praça de Maio", e depois, por causa de uma "visão" descobre que Cecília está nos Pampas. Em um certo momento ela consegue fugir e se refugia em uma estância. Através, também de uma "visão", ele vê que Teresa é morta. O livro termina com o fim do regime militar na Argentina.

É um livro interessante e até de certa forma educativo no sentido de contar uma parte da história recente da Argentina. Mas é sobretudo triste. O sentimento de impotência das pessoas diante do regime dos generais é quase opressor. A leitura flui bem, mas devido a temática, não é tão agradável de ler, embora seja muito bem escrito. Nota 5.0