ABC da Relatividade

Título: ABC da Relatividade (The ABC of Relativity)

Autor: Bertrand Russel

Editora: Zahar

Páginas: 215

Tradução: Giasone Rebuá

Esse livro, escrito há muito tempo, eu havia lido provavelmente nos anos 80 do século XX, mas resolvi ler novamente para colocar nesse blog surgido em 2003. Ele é realmente antigo, e mesmo nessa edição, de 1981, foram alteradas algumas informações pelo Sr. Felix Pirani, que reescreveu o capitulo XI e alterou várias passagens do livro para harmonizá-las com os conhecimentos atuais (de 1981). Como diz o títiulo, o livro é uma introdução a teoria da relatividade de Albert Einstein para leigos. E realmente o livro cumpre bem o seu papel. Mesmo que o leitor não seja versado em física ou matemática, lendo esse livro, ele terá uma ideia geral bem explicada da teoria de Einstein. Ele é bem completo nesse sentido, e se em algum momento o autor precisa colocar alguma matemática no texto, ele aconselha aos menos entendidos a pular aquela parte.

O livro é bom de ler, mas é somente para quem se interessa pelo assunto. E pode acreditar, muita coisa vai parecer incompreensível, porque simplesmente, não é um assunto tão fácil assim de ser explicado. Mas acho que o autor fez uma abordagem da teoria da relatividade bem, digamos assim, dócil, para o leigo ler. Mesmo que os fatos pareçam inacreditáveis, por que lidam com velocidades e dimensões bem diferentes das que estamos acostumados, dá para entender um pouco, basta ter vontade e dedicação. Afinal a natureza é mais estranha do que parece. Nota 7.0   

O Livro do Bar

Título: O Livro do Bar

Autor: Carlos Hauber

Editora: Ediouro

Páginas: 119 (121-128 Índice Remissivo)

ISBN: 8500910216

O Livro do Bar, que faz parte de uma coleção do Clube JB, um jornal que existiu no Rio de Janeiro, é um livrinho bem interessante. Digo livrinho porque ele é pequeno e fácil de ler. Eu demorei menos de um dia para completar sua leitura de apenas 119 páginas.

Algumas pessoas podem pensar que se trata de um livro de receitas de bebidas, mas não é só isso. O livro conta histórias, e são boas histórias. É verdade que há muita receita de bebidas nele, mas há muita informação interessante para quem quer conhecer o universo dos drinks.

E o livro é curioso a começar pelo autor, que na verdade não é o autor. O livro é uma compilação de papéis que o filho de Karl trouxe da Europa e que ele organizou, reformulou e "abrasileirou" algumas coisas, e diz no início, que o verdadeiro autor é o pai, que ele "traduziu" o nome para Carlos.

Uma das curiosidades interessantes do livro é revelar que o termo "Pub" que muita gente liga a bares ingleses vem de "PUBlic House", e que o termo "bar" vem de "barre" que eram barras que separavam nas tavernas e hospedarias o lugar onde serviam as refeições do lugar onde as bebidas eram servidas. Fala também sobre o Whisky, o Gim, o Conhaque, a Tequila e a Vodka entre outras. E claro, no final hé um capítulo sobre a cachaça.

Ele destaca no livro, que o assunto são drinks e coquetéis, e não vinho ou cerveja. E realmente é disso do que ele fala; Após a explicação da origem de cada bebida vem, realmente, uma lista de receitas para os drinks mais famosos baseados nela.

É um livro muito gostoso de ler, em todos os sentidos :). E acredito que quem puder achar um exemplar deve aproveitar, porque há curiosidades muito interessantes. Só lamento que seja muito curto. Acho que poderia ser maior. Mas é muito bom de ler. Nota 7.0 

   

A luta pessoal para resolver os problemas da vida íntima

Título: A luta pessoal para resolver os problemas da vida íntima

Autor: Pe. Jonas Abib

Editora: Canção Nova

Páginas: 102

ISBN: 8588727617

Esse livro é basicamente da linha de auto-ajuda, e pelo fato de ter sido escrito por um padre, tem, obviamente, um viés religioso, com citações de vários versículos ao longo do texto. O padre fala que devemos combater o desânimo a todo custo. Cita algumas histórias interessantes para exemplificar o seu conselho. Faz algumas sugestões para que o leitor alcance esse exito, e como não poderia deixar de ser, faz uma apologia do amor e do perdão. Também fala da necessidade de acreditar, de ter fé, só assim você alcançará os "milagres" desejados, mesmo que pareçam em algum momento impossíveis de serem atingidos. No texto há muitas referências a Maria, mãe de Jesus, de quem ele parece gostar muito. Enfim, a ideia é colocar a pessoa para cima. Ajudar na auto-estima.
Confesso que como não religioso, fiquei um pouco desconfiado de ler um livro escrito por um padre, mas a leitura me surpreendeu. É leve, sem sermões e nada que faça o típico cristão se sentir culpado pelas mazelas do mundo. É bem rápido de ler, com suas 102 páginas, eu lí todo ele em menos de 24 horas. Talvez pela minha aversão a religião, eu não seja um bom candidato a alcançar os exitos prometidos pelo livro, mas achei o texto melhor do que imaginei que seria, e não custa ler para tentar melhorar a vida. Pode até dar certo. Nota 5.0

Tratado Sobre a Tolerância

Título: Tratado Sobre a Tolerância (Traté Sur La Tolérance)

Autor: Voltaire

Editora: Escala

Páginas: 141

Tradução: Antonio Geraldo da Silva

O filósofo francês Voltaire, pseudônimo de François-Marie Auroet, escreve nesse livro sobre a intolerância. O livro inicia contando sobre a morte de Jean Calas, em Tolouse, acusado injustamente de matar o próprio filho. A razão verdadeira de condená-lo a morte era por ser protestante em uma comunidade católica. Mas isso é só um um jeito de começar a falar sobre a intolerância. Voltaire se volta para o problema da religião em que cada facção do cristianismo não aceitava a existência de outras. Mas o livro, quase inteiramente dedicado a intolerância religiosa fala sobre várias religiões, mostrando que em geral os cristãos eram os menos tolerantes. Fala também sobre superstição e outras crenças do passado.

É um livro para quem gosta de ler sobre história e religião. Os capítulos ou subcapítulos são bem curtos, de uma forma que facilita a leitura. Entretanto se não há um interesse maior sobre esses assuntos, não acho que seja uma leitura recomendada. Mas dá para aprender alguma coisa o lendo. Nota 4.5 

Os Segredos da Ficção

Título: Os Segredos da Ficção

Autor: Raimundo Carrero

Editora: Agir

Páginas: 289 (293-325 Bibliografia Comentada)

ISBN: 8522006555

O livro que tem como subtítulo, "Um guia da arte de escrever narrativas" se propõe basicamente a ensinar, ou pelo menos, orientar a quem quer se tornar escritor de ficção.
Além da Introdução, ele fala sobre a "A voz narrativa"; "O processo criador", e a "Construção do personagem". Dentro desse tópicos há vários capítulos sobre temas específicos concernentes ao tópico. Além dos conselhos e explicações o autor, obviamente usa muitos autores e trechos de suas obras para exemplificar a ideia que ele está expondo. Autores como Simone Beauvoir, Truman Capote, Autran Dourado, William Faulkner, Ismail Kadaré, Jack Kerouac, Flaubert, Ariano Suassuna, o próprio autor, entre outros, cujo os livros citados estão na "Bibliografia comentada" no final do livro, ajudam a Raimundo Carrero exemplificar o que ele explicava.

Achei o livro bom, mas não creio que alguém sem talento vá aprender a escrever o lendo. É preciso gostar de escrever para criar uma boa obra. A dica mais importante que se pode tirar do livro é a necessidade de "lapidar" seu texto. Não se escreve um texto defitivo de uma vez só. É preciso ler e reler, refinar aqui, e alí. Dar um tempo, estudar alternativas, até ter finalmente o texto pronto. Acho que se alguém pretende se tornar escritor de ficção, esse livro é muito importante, mas como passatempo não é bem assim. De qualquer forma, é sempre bom ler alguma coisa de útil, e esse livro certamente o é. Nota 6.5 

A Disciplina do Amor

Título: A Disciplina do Amor

Autor: Lygia Fagundes Telles

Editora: Nova Fronteira

Páginas: 151

Esse livro da Lygia Fagundes Telles é uma espécie de "colcha de retalhos". Ela escreve sobre vários assuntos, que segundo a própria autora, é uma mistura de ficção com fragmentos de uma autobiografia. Ela fala sobre gatos, sobre o amor, conta uma viagem que fez à Sibéria na Rússia, seguindo para outra a Pequim e Shangai, que suponho, sejam reais. Fala de religião, de livros, de tarde de autógrafos e diversas outras coisa que vão se misturando, muitas vezes sob um título de um dia do ano, tipo "17 de fevereiro", talvez como se fosse um diário.

Não é um livro ruim se você esperar por esse tipo de texto, mas em geral esperamos, bem, pelo menos eu espero, por uma história continuada, e é tudo que esse livro não é. Mas ainda assim a leitura é agradável, e dá para passar bem o tempo com ele. Nota 5.0