sexta-feira, maio 06, 2016

Depois do Parto, A Dor

Título: Depois do Parto, A Dor (Down Came the Rain: My Journey Through Pospartum Depression)
Autor: Brooke Shields
Editora: Prestígio
Páginas: 205
ISBN:8599170589
 
Tradução: Frank de Oliveira
 
Brooke Shields, atriz americana, conta nesse livro o horror que ela passou com a Depressão Pós-Parto, que acomete muitas mulheres. Ela não conseguia engravidar por ter um problema no útero. No início da primeira década do século XXI, ela acabou aceitando a opção de uma gravidez in vitro, sendo que a primeira vez deu errado, depois de várias outras tentativas, quando estava quase desistindo, acabou conseguindo engravidar. Os nove meses da espera do bebê foram tranquilos, mas o parto, que acabou tendo que ser cesariana, foi traumático. Mas isso era só o início dos problemas. Ela conta nesse livro, com relativa riqueza de detalhes, tudo e como ela passou pela terrível experiência da Depressão Pós-Parto. Foi uma época muito ruim da vida dela, em que teve muitos momentos em que ela desejou morrer. Com o tempo, ajuda de profissionais, e a grande compreensão de Chris, seu maravilhoso marido, ela conseguiu superar essa doença.
Por mais que para mim seja um assunto desinteressante, o livro é muito bom, muito bem escrito pela atriz que é formada em literatura francesa pela universidade de Princeton. Ela consegue transmitir as emoções como tristeza, desespero, e quando teve, alegria, de uma forma muito bem escrita. Eu realmente acho que toda futura mãe deveria ler esse livro, pois a DPP é bem mais comum do que parece, e muito mais terrível do que se pode imaginar a quem está distante do assunto. Nota 7,5

quinta-feira, maio 05, 2016

Revolução em mim

Título: Revolução em mim
Autor: Márcia Kupstas
Editora: Moderna
Páginas: 118 (119 e 120 Autora e obra)
ISBN: 8516003272

Esse é um livro infanto-juvenil que conta a história de Rita, filha de pais que estão se separando. Ela vai morar com a avô paterna Dinorah, enquanto os dois irmãos ficam com a avô materna. Eles moravam em São Paulo e ela vai morar na Lapa, enquanto os irmãos vão para Atibaia, cidade do interior paulista. A mãe, Carolina, está muito ressentida com o pai, Francisco por causa da relação extraconjugal dele com Heloísa. A história, contada na primeira pessoa, mostra as angústias de uma garota de 15 anos, vivendo o ano de 1984, anos das Diretas já.
O livro é dividido em 3 partes: A Família, A Pátria e o Amor.
Na primeira parte ela fala sobre a separação, a tristeza de ir morar com a avó que ganhava pouco, tendo por isso baixado seu nível de vida, além de contar sobre o início de um ano letivo em uma nova escola, onde conhece Tiago, por quem se apaixona; na segunda parte ela fala sobre a experiência da época das Diretas já, e do envolvimento de Mário, namorado da avó e do próprio Tiago no movimento. Ela entendia pouco de política e vai aprendendo como tudo aquilo funcionava passando a se interessar pelo assunto; na terceira parte ela conta como foi a, digamos assim, efetivação do namoro dela com Tiago. O conto é fácil e rápido de ler, eu li em menos de 24 horas, e apesar de ser bom, o estilo é muito simples, já que a narrativa é voltada para o público adolescente. Eu considero que é mais um passatempo do que literatura, mas tem um "brinde" que é a recordação da época das Diretas já, de como tudo aconteceu, e para quem não viveu esse momento, não deixa de servir um pouquinho como aula de história de uma forma agradável de ler. Nota 5.5

quarta-feira, maio 04, 2016

Deixado para Morrer

Título: Deixado para Morrer (Left for Dead)
Autor:  Beck Weathers com Stephen G. Michaud
Editora: Intrinseca
Páginas: 249 (de 251 a 253 agradecimentos)
ISBN: 9788580578027
 
Tradução: Catharina Pinheiro
 
Em maio de 1996 houve uma tragédia no Monte Evereste, quando vários alpinistas estavam voltando de cume. Subitamente aconteceu uma tempestade de neve e vários deles morreram. Beck Weathers era um dos alpinistas, mas ele não morreu, embora tenha, como diz o título do livro, deixado pra morrer. Mas não foi algo errado ou desumano que fizeram com ele, é que não havia nada o que fazer. Ele mesmo entende que não dava para resgatá-lo devido as condições do momento. Acontece que no dia seguinte, sem nenhuma lógica, ele se levantou e conseguiu cambalear para uma das barracas do acampamento, ainda assim ele estava muito mal, e acreditava-se que ele morreria, mas não foi o que aconteceu. Ele se recuperou, mesmo perdendo as mãos, alguns dedos do pé e o nariz. Embora esse acontecimento fosse suficiente para escrever o livro, esse não é o ponto central da narrativa. A história que Weathers escreve aqui é mais sobre o relacionamento já conturbado com a esposa, e como eles levaram isso adiante. Ele fala sobre as escaladas que fez até chegar a esse dia, e como era seu relacionamento com a família, que ele mesmo reconhece, os abandonava muito por conta dessas escaladas. O coautor Stephen G. Michaud entrevistou as pessoas citadas no livro, como sua família e seus amigos, e suas opiniões e depoimentos fazem parte do livro de forma bem encaixada.
O livro é muito bom, e embora o incidente dele no Evereste não seja o assunto principal, ele é bem contado por Weathers. É muito interessante a forma como foi montado o livro, e é também gostoso de ler. Talvez eu tenha valorizado mais por ter lido "No Ar Rarefeito" de Jon Krakauer (antes do início desse blog, portanto não figura nele) e ter gostado muito livro. Na verdade fiquei impressionado com o caso. É um livro sobre relacionamento, mas também e em parte autobiográfico, e é interessante ver o ponto de vista das pessoas citadas contadas por elas mesmo. Nota 8.5