quinta-feira, outubro 31, 2019

Síndrome do Pânico

Título: Síndrome do Pânico
Autor: Gugu Keller
Editora: Globo
Páginas: 100 (Esclarecimento sobre a doença, 101)
ISBN:8525012645


Gugu Keller, ou Luiz Augusto de Andrade Keller, estava voltando de Moji das Cruzes para São Paulo, em novembro de 1986, com 21 anos, nessa época, quando sentiu uma espécie de enjôo, que culminou com a primeira vez que ele teve a Síndrome do Pânico. É algo, segundo ele, avassalador. Precisou de ajuda para voltar a Moji. Algum tempo depois, a "Coisa", como ele definiu, voltou. Ele foi a diversos médicos, até que finalmente foi diagnosticada a síndrome. O medo do medo o impedia a fazer quase tudo. A mãe, que o ajudou muito, levava ele na faculdade e em outros lugares que precisava ir, mas ainda assim a cura foi penosa. Ele ainda toma remédios para isso, mas hoje, ele que é dramaturgo, leva uma vida normal.
É um livro curto, que dá para ler em um dia, mas ainda assim a história é impressionante. Essa doença é realmente terrível, e acaba com a vida social das pessoas.
Ainda que o assunto não interesse a um potencial leitor, vale a pena ler. Em primeiro lugar, porque qualquer um pode ter isso um dia, em segundo lugar é fácil de ler, e prende atenção como se fosse ficção, embora tenha sido realidade. A história da doença e da cura termina mesmo no capítulo 8, na página 75. Depois tem algumas informações complementares que leva o livro até o capítulo 12. Nota 6,5

quarta-feira, outubro 30, 2019

As Maravilhas da Matemática

Título: As Maravilhas da Matemática
Autor: Malba Tahan
Editora: Bloch
Páginas: 249


Esse livro foi escrito com o intuito de motivar professores e alunos a se envolver com a matemática. É fácil de ler, e não exige nenhum grande esforço mental para entender as fórmulas, quando elas aparecem. Na verdade o livro deveria se chamar "Curiosidades da Matemática", porque é isso mesmo que ele é. Fala sobre assuntos tão dispersos, que um capítulo quase não tem nada a ver com o outro. Há uma introdução e mais 49 capítulos que podem ser lidos independentemente. Tem assuntos do tipo: "Como surgiram o + e o -" (Cap.4); "A curva predileta dos poetas"(Cap.9); "A Alta Matemática das Abelhas Geômetras(Cap.19);"Curva Patológica com Ponto Isolado"(Cap.37), entre outros.
É bom e fácil de ler, e não precisa gostar de matemática para se entreter com a leitura. Basta um pouco de curiosidade, e o leitor terá bons momentos de raciocínio fácil e surpresas históricas. No Prefácio, o autor fala sobre a necessidade de estimular os estudantes a gostar de matemática, e é esse o objetivo do livro. Nota 6.5

sábado, outubro 26, 2019

A Cabeça de um Homem

Título: A Cabeça de um Homem (La Tête D'un Homme)
Autor: Georges Simenon
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 136

Tradução: Raul de Sá Barbosa

Um homem, Joseph Heutrin, foi preso pelo assassinato da Sra Handerson e sua empregada, e foi condenado a morte. Um dia antes da execução, ele tem sua fuga facilitada, e obviamente aproveita. O Comissário Maigret, por alguma razão, acredita na sua inocência, apesar de todas as provas o acusarem. A trama vai dessa fuga e de Maigret, mesmo contra o juíz e outras pessoas da polícia, tentar investigar a verdade. O homem escapa algumas vezes da vigilância policial, mas Maigret não está tão interessado nele. Ele acaba se concentrando em Radek, um tcheco que parece saber muito do mistério do caso. Muitas coisas acontecem nesse livrinho que aos poucos levam a conclusão final, que não vou colocar aqui, por se tratar de um livro policial, que o leitor deve desfrutar com a dúvida até a resolução do caso.
O livro é típico de livros policiais antigos. A primeira edição foi lançada em 1931,e esta tradução é de 1979. O caso se passa na época da sua primeira edição, quando a Europa estava entre as duas grandes guerras. O história é ambientada em Paris, apesar de ter personagens americanos e um tcheco.
É um livro fácil e rápido de ler. Eu mesmo o lí em menos de 24 horas. É gostoso, mas é simples e às vezes óbvio. De qualquer forma é um bom passatempo. Nota 6.0

quinta-feira, outubro 24, 2019

Amor e Matemática

Título: Amor e Matemática (Love & Math: the heart of hidden reality)
Autor: Edward Frenkel
Editora: Casa da Palavra Produção Editorial
Páginas: 286 (Agradecimentos, 287 / Notas,289-352 / Glossário de Termos, 353-358)
ISBN: 9788577345052
 
Tradução: Carlos Szlak
 
Edward Frenkel, nasceu na Rússia e gostava de física, mas um professor o ensinou o amor a matemática, e ele se apaixonou. Ele tentou entrar na principal Universidade de Moscou (MGU), mas como era judeu e havia muito antissemitismo nessa época (década de 80 do sec. XX), de forma que o impediram de estudar lá. A opção foi o Instituto de Petróleo e Gás de Moscou, onde aceitavam gente "como ele". O problema é que lá era focada na matemática aplicada e Edward queria estudar matemática pura. Ele foi se "infiltrando" aos poucos na MGU para assistir palestras e conheceu matemáticos que deram a ele a chance que tanto queria. Ele produziu um trabalho importante, mas precisava ganhar a vida, e para isso ele se associou a um médico a quem ajudou com problemas estatísticos. O trabalho "secreto" dele com matemática pura foi parar em países livres, e por fim ele foi convidado a ir a Harvard, nos Estados Unidos. Lá, obviamente, com liberdade, ele se adaptou muito bem, e se envolveu com o Programa de LangLands, e por fim aceita um convite irrecusável da Universidade de Berkeley e vai morar na Califórnia. No final ele se associa a um escritor e acaba fazendo um filme, "Rites of Love and Math", que aparentemente foi bem conceit5uado pela crítica.
Contando assim, parece uma história fácil de ler, mas não é. Mesmo o autor prometendo simplicidade, no livro há muitas explicações complicadas de se entender. Eu mesmo que fiz matemática na Universidade não entendi quase nada. Alguns nomes me eram familiares, mas os conceitos, as fórmulas e mesmo as explicações foram praticamente impossíveis de eu entender. O livro é bom, mas só o recomendaria para quem gosta muito de matemática, e é de alguma forma ligado a essa atividade, caso contrário não vai entender quase nada. Como foi o meu caso. A parte boa do livro é o que ele conta da vida dele, os colegas, e como conquistou tudo, ou quase tudo que desejava. Nota 5.0 

segunda-feira, outubro 07, 2019

Um Nome para Matar

Título: Um Nome para Matar
Autor: Maria Alice Barroso
Editora: Bloch
Páginas: 521

Esse antigo livro conta a história, desde a sua fundação até cem anos depois, de Parada de Deus, uma cidade fictícia no norte fluminense. Chico das Bestas, que depois se tornou Chico das Lavras, foi procurar ouro em Minas Gerais, e teve um confronto com o bando de Teodureto, o cigano. Ele deu um tiro "milagroso" e matou Teodureto, e teve uma "visão" de que Deus mandou ele fundar uma cidade com o Seu nome com o dinheiro do ouro que ele encontraria alí. Ele teve filhos e netos, e a história foca mais em Oceano, neto de Chico das Lavras que se casa com Maria Corina, uma morena de "espírito livre", que vivia dando motivos para Oceano ter ciúmes. O livro é longo e conta várias histórias de personagens da cidade, como Indinho (apelido de Índico), e Pacífico, irmãos de Oceano. Conta, por exemplo, como foi para eles a abolição da escravidão, e a chegada de colonos italianos com quem eles tiveram uma grande rivalidade.
O livro é longo, e a autora usa o recurso de contar os fatos do ponto de vista de cada um dos personagens. A família de Oceano, os Moura Alves são protagonistas do livro, mas os italianos e outros personagens compõe com muita importância o cenário de Parada de Deus ao longo do tempo em que a história é contada.
É um livro interessante, entretanto, uma vez mais, achei-o um pouco confuso. Os personagens tomam as rédeas da narrativa sem avisar ao leitor. Você precisa estar atento a isso. O livro não tem nenhuma divisão de capítulos. É um texto só, o que torna cansativa a leitura, mas ainda assim o leitor se envolve com a cidade e os problemas dos seus personagens. É bom, mas não empolgante. Nota 4.5