quinta-feira, fevereiro 27, 2014

O Outro Lado da Luz

Título: O Outro Lado da Luz (This Side of Brightness)
Autor: Colum McCann
Editora: Record
Páginas: 267 + 1 de agradecimento
ISBN: 8501052000
 
Tradução: Beatriz Horta
 
O romance (como está na ficha técnica) conta duas histórias paralelas, que em algum momento irão se fundir. Uma delas é a de uns trabalhadores que estão construindo um túnel sob o rio Hudson, em New York. Inicialmente em 1916, com o passar do livro, o tempo vai igualmente passando. Um dia ocorre uma explosão e um dos empregados morre. A narrativa vai explicando o que acontece com os amigos, a viúva e a filha órfã.
A outra história, que depois vemos, passa-se no futuro em relação a primeira, conta a vida de um mendigo, Treefrog, que vive no sub-solo de Manhattan. O romance muda de uma história para outra numa simples mudança de parágrafo.
O texto é bom de ler, mas eventualmente fica um pouco chato, mas dá para levar bem. A história obviamente é um pouco triste, melancólica, sofrida, mas é interessante. É uma forma de ver o lado pobre de Manhattan do ponto de vista de quem vive aquela vida de sobrevivência. Os personagens morrem, mudam de vida, o tempo passa e as coisas acontecem, sem no entanto haver realmente uma evolução no sentido de melhorar. Ao contrário, em alguns casos até piora, o que é bem realista. A vida às vezes é assim. Nota 5.0

sábado, fevereiro 15, 2014

Nossos Comerciais Por Favor

Título: Nossos Comerciais Por Favor
Autor: Thomaz Pedrozo
Editora: Matrix
Páginas: 132
 
Com o subtítulo de "As histórias mais engraçadas da época mais engraçada da propaganda", "Nossos Comerciais Por Favor" conta, em capítulos curtos, várias passagens pelas quais o publicitário e autor do livro, Thomaz Pedrozo vivenciou, ou mesmo, teve conhecimento. São situações divertidas, e algumas até bem engraçadas. Todas elas, claro, no campo da propaganda. Os capítulos são completamente independentes, de forma que dá para ler o livro em qualquer ordem.
Thomaz Pedrozo escreve muito bem, daquele jeito de quem está conversando com o leitor. Obviamente não acho que seja uma obra-prima literária, mas seria digna de ganhar prêmios no quesito passatempo. É divertido, leve e engraçado, e não deixa de ser instrutivo para quem se interessa pelo mundo da propaganda. É gostoso de ler, e sem dúvida, uma pessoa que se dedique e leia relativamente rápido, lerá o livro em um dia. Nota 7.0

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

A Terra do Fogo

Título: A Terra do Fogo (La Tierra del Fuego)
Autor: Sylvia Iparraguirre
Editora: Record
Páginas: 236 + 1 de agradecimento
ISBN: 8501058939

Tradução: Marcos Santarrita
Ilustrações: César Lobo
Coleção: Ficção, Fantasia, Aventura

A Terra do Fogo é uma região que fica no sul da Argentina. Esse livro conta uma história, que apesar de ser ficção, me parece que foi baseada em fatos reais. John William Guevara, simplificado pelo pai de Jack, um filho bastardo de um inglês com uma argentina, recebe uma carta solicitando um relato sobre o acontecimento de anos passado quando a Marinha inglesa fez uma experiência de catequizar os imanas (índios da Terra do Fogo) que culminou com uma matança de quase toda a tripulação de uma navio inglês. O livro é todo ele o relato (uma carta) dirigido a MacDowell ou MacDowness (o Jack não tinha certeza, pois o nome estava na dobra do papel da carta que ele recebeu). 
Basicamente é a história de Jemmy Button, um nativo capturado nas águas da Patagônia, levado para a Inglaterra, e "civilizado" de acordo com a cultura européia, especialmente a inglesa. Depois de tempos vivido por lá, ele volta para a Terra do Fogo, aparentemente no mesmo navio que levou Charles Darwin, e por anos não é mais visto. Então ocorre a tragédia, e finalmente ele é julgado, aparentemente na Ilhas Falkland (Malvinas). 
O estilo lembra os grandes clássicos, com detalhamento mais aprofundado de situações, regiões e fatos. O livro é dividido em sete capítulos que o autor chamou de Fólios. Confesso que pela capa, achei que fosse um livro juvenil, mas não é. A leitura é agradável, mas às vezes, os relatos são muito longos e acabam por entediar. O mais interessante, é que no julgamento final, há um embate sobre o valor da catequização irresponsável e compulsória dos nativos, sem que eles ao menos fossem questionados. É um enfoque pouco divulgado, mas deveras importante.
Mas voltando ao livro, ele não é ruim de ler, mas não empolga. Nota 5.5 

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Windows on the World

Título: Windows on the World
Autor: Frédéric Beigbeder
Editora: Record
Páginas: 346 + 2 de agradecimento
ISBN: 8501072893

Tradução: André Telles

Windows on the World era o nome do restaurante que ficava no alto da Torre Norte do World Trade Center, em New York. Frédéric Beigbeder conta de forma alternada, duas histórias nesse livro. Uma, acredito, em parte real, são momentos da vida dele, que está, em 2003, no restaurante Ciel de Paris, no 56º andar da Montparnasse. Ele discorre sobre sua vida, um pouco sobre seus sentimentos em relação ao atentado e também sobre estar escrevendo esse livro. A outra história, obviamente em grande parte ficção, é sobre um pai, Carthew Yorston, que leva seus filhos pequenos, David e Jerry, para tomar café da manhã no Windows on the World no dia 11 de setembro de 2001. É ficção por que pouco se sabe do que aconteceu no restaurante depois do choque do vôo 11 da American Airlines entre os andares 94 e 98 da Torre Norte. Ninguém que estava acima desses andares sobreviveu.
Na sua história, durante o tempo em que dura o livro, Frédéric vai a New York de Concorde, visita alguns lugares da cidade, sempre divagando, sobretudo sobre o 11 de setembro. No final ele volta para Paris no Concorde .
O livro é dividido em capítulos, em que cada título é um horário correspondente ao dia do atentado terrorista. O primeiro é 08:30, e o último, 10:29.
O primeiro avião atingiu a Torre Norte às 08:46h, o segundo atingiu a Torre Sul às 09:02h. A mesma Torre Sul desabou às 09:59h, e por fim a Torre Norte caíu às 10:28.
Apesar de ser um estilo que eu não gosto, a forma como ele alternou as narrativas, realidade e ficção, o assunto é muito interessante, e também gostei bastante da sua prosa. Lí o livro em pouco tempo. Passei horas quase sem parar de ler, o que denota uma boa leitura. Nota 7.5

Obs.1: O autor é francês e o livro foi provavelmente escrito originalmente em francês. Entretanto o título original é em inglês: o nome do restaurante.

Obs.2: A capa da edição que eu li, que de acordo com a página de informações é de Leonardo Iaccarino, tem uns "furos" representando, provavelmente algumas das janelas do WTC.