sábado, abril 29, 2017

Amor em minúscula

Título: Amor em minúscula (Amor en minúscula)
Autor: Francesc Miralles
Editora: Record
Páginas: 282 (283 - Agradecimentos)
ISBN: 9788501080646

Tradução: Luís Carlos Cabral

O livro começa em um reveillon de Samuel de Juan, um professor universitário de filologia alemã, que mora sozinho e nessa meia-noite come 12 uvas e abre um champagne. No dia seguinte ele ouve um barulho na porta e verifica que é um gato. A princípio ele tenta se livrar do bichinho, mas acaba desistindo e deixa o gatinho ficar no seu apartamento até encontrar um meio de doá-lo. Com o tempo ele decide ficar com Mishima, o nome que ele batizou o felino. O gato acabou o levando a conhecer Titus, um velhinho que morava no andar acima ao dele. O Titus pede para ele comprar uma peça para seu trem elétrico que o leva a reencontrar acidentalmente Gabriela, uma amiga que brincou com ele de enconde-esconde a cerca de trinta anos e o "ensinou" o que é o "beijo borboleta" (não, não vou dizer como é, se quiser saber leia o livro ou escreva para o meu e-mail que eu conto). Ele a reconhece, mas ela não. Eles não se falam, mas Samuel vai se apaixonando por ela. Então ele tenta desesperadamente a reencontrar ficando sempre que podia em um bar próximo ao lugar onde a tinha visto. Isso o leva a conhecer Valdemar, um lunático (literalmente por que ele tinha teorias fantásticas sobre a Lua). Por causa do gato ele também conhece a encantadora veterinária Meritxell. 
O único parente dele é sua irmã Rita que é mal-humorada assim como o seu marido. A história caminha por todos esses personagens com ênfase na paixão que sente por Gabriela.
O romance passa-se em Barcelona e é dividida em 5 capítulos e diversos sub-capítulos. A leitura é muito boa. Lí todo o livro em menos de 24 horas. O autor faz muitas referências a filmes, músicas, principalmente clássica, e a livros. Em geral não gosto muito disso, mas Francesc Miralles, faz de jeito tão agradável que até enfeita o texto. Ele tem umas passagens muito boas., um exemplo, ele falando sobre Meritxell: "Observei que ela pintara os olhos e desordenara um pouco o cabelo curto. As meninas naturalmente belas deveriam ser proibidas de usar aditivos". Confesso que fiquei surpreso. Às vezes é engraçado, as vezes comovente, e por alguma razão me identifiquei muito com o personagem de Samuel, principalmente no que tange a paixão dele por Gabriela. Realmente é muito bom. Nota 8.0  

quinta-feira, abril 27, 2017

Mundo do Fim do Mundo

Título: Mundo do Fim do Mundo (Mundo del fim del mundo)
Autor: Luis Sepúlveda
Editora: Garamond
Páginas 145
ISBN:857316137X / 8586435058 (Garamond)

Tradução: Paulina Wacht e Ari Roitman

Um jornalista chileno que mora em Hamburgo, e que foi fascinado pelo livro Moby Dick volta ao Chile para rever sua juventude e se envolve com um grupo que deseja impedir a pesca ilegal de baleias. É explicado que muitos navios são dados como perdidos, mas na verdade continuam navegando como "navios fantasmas" praticando pesca ilegal. O barco-fábrica Nishin Maru, de bandeira japonesa está na área da Patagônia chilena procurando por baleias-piloto, e Ismael, o protagonista, se junta com um capitão e alguns homens para tentar impedir mais estragos do navio japonês. No final há um confronto direto e as baleias, elas mesmo, ajudam a expulsar o barco japonês de região, além de fazerem vítimas no barco-fábrica. Elas ainda salvam um tripulante do Finisterre, onde estava Ismael e seu pequeno grupo.
O livro é dividido em 7 capítulos e mais o epílogo. É um livro que se lê rápido, tem poucas páginas e as letras são um pouco maiores, mas só por isso. Não que seja ruim, mas é um pouco confuso e deprimente pelo fato de abordar um assunto tão triste. O Greenpeace é citado no livro como colaborador da tentativa de parar o Nishin Maru. O título vem do fato de que aquela região da Patagônia é chamada pelos locais, tanto argentinos como chilenos de o "fim do mundo". Nota 5.0

quinta-feira, abril 20, 2017

Erros de Pilotagem 5

Título: Erros de Pilotagem 5 (Erreurs de Pilotage 5)
Autor: Jean-Pierre Otelli
Editora: Editions JPO
ISBN: 9782373010541
Páginas: 257

Tradução: Luís Hernan de Almeida Prado Mendoza

Quando fui no IBAS (International Brazil Air Show) no Aeroporto do Galeão (Tom Jobim) ganhei esse livro por me declarar aficcionado pelo assunto (era preciso isso). Segundo a pessoa que me deu o livro, o de número 5 de uma série com 9 até agora, foi o único traduzido para português, também até agora. Nesse volume, o autor conta com detalhes, incluindo as transcrições das caixas pretas, seis acidentes em que a culpa foi do piloto (ou do copiloto). O primeiro caso (Air India Express vôo 212, Boeing 737-800) o copiloto fica preso em seu assento com o comandante do lado de fora do cockpit. Nesse caso o piloto consegue salvar a aeronave; no segundo (Air India Express vôo 812, Boeing 737-800) o comandante dorme durante o vôo e acorda meio letárgico e não consegue evitar o acidente em um pouso catastrófico em que o avião ultrapassa a pista e cai em um barranco; no terceiro (Spanair vôo JKK 5022, Douglas DC9-82 - MD 82) depois de um atraso por um pequeno defeito, os piloto esquecem de configurar os flaps para decolagem; no quarto (Vladvostok Avia 352, Tupolev 154) o avião entra em parafuso chato e cai; no quinto (Korean Air vôo KA 804, Boeing 747-300) o comandante está extremamente cansado e lerdo no entendimento dos acontecimentos, o que leva o avião a se chocar com um morro próximo a pista; e no sexto finalmente (Air France vôo AF 447, Airbus A330) depois de um congelamento nos tubos-pitot, os pilotos se perdem e não conseguem evitar que o avião caia no oceano Atlântico.
Achei o livro realmente muito bom. Talvez por eu ser um aficcionado (declarado oficialmente) no assunto, gostei muito da narrativa. Ainda há fotos (poucas) e esquemas desenhados para explicar os acidentes. O livro é uma leitura muito boa, mas talvez só agrade mesmo a quem se interessa pelo assunto. Nota 9,0

sexta-feira, abril 14, 2017

Enterrem Meu Coração na Curva do Rio

Título: Enterrem Meu Coração na Curva do Rio (Bury my heart at Wounded Knee)
Autor: Dee Brown
Editora: Círculo do Livro
Páginas: 286 (287-291 Bibliografia)

Tradução: Geraldo Galvão Ferraz

Esse livro conta uma parte da colonização norte-americana, no avanço para o oeste e como quase dizimaram os índios, verdadeiro americanos. O autor coloca a narrativa, passada no século XIX pelo ponto de vista dos índios. Embora possa conter algum exagero, fica claro como o homem branco mentiu, matou e roubou terras e bens dos nativos. Os índios sempre quiseram a paz com o homem branco. Estes no entanto, desejavam as terras para colonização e só aceitavam a paz se os índios vivessem aonde eles destinavam, normalmente reservas ruins, e cada vez menores, e deveriam sempre aceitar incondicionalmente as regras a eles impostas. Os índios só queriam viver livres e caçar aonde sempre fizeram. Infelizmente é uma história triste, até porque foi real. Foi muita covardia com quem era de paz. É claro que houve guerras e os índios também mataram e roubaram, mas só porque foram enganados e acuados.
O livro é interessante de ler, e é admirável como o autor conseguiu reunir tantos detalhes dos acontecimentos, explicado é claro, pela bibliografia listada no final do livro.
A leitura é boa, mas muito demorada. São detalhes, muitas tribos, muitas batalhas, acaba cansando um pouco. Mas é um livro importante que todos deviam ler para entender uma parte da história que é pouco explorada nos livros. É difícil, depois de ler esse livro, assistir a um filme do "velho oeste" e ficar contra os índios. Nota 6,5