No Reino dos Astrônomos Cegos

Título: No Reino dos Astrônomos Cegos

Autor: Ulisses Capozzoli

Editora: Record

Páginas: 312, Bibliografia 313-325, Depoimentos 327, Índice 329-335

ISBN:  8501072591

O subtítulo dessa obra é "Uma história da radioastronomia", que explica quase que exatamente o que é o livro. Tudo começou com Karl Guthe Jansky, nos Estados Unidos, antes mesmo da segunda guerra mundial. Depois, graças aos desenvolvimentos de radares, a radioastronomia progrediu muito, mas não foi uma coisa tão fácil assim. Em primeiro lugar havia uma certa concorrência com a astronomia óptica, em segundo lugar é algo bem mais abstrato. Mas ela chegou lá e tem feito grandes descobertas. Depois da metade do livro, Ulisses Capozzoli se concentra em contar a história da radioastronomia no Brasil, e é, por assim dizer, interessante ver como houve disputas e até algumas brigas dentro do grupo, ou dos grupos que desenvolveram a ciência no Brasil. Ele também cita os problemas políticos e burocráticos que atrasaram bastante o desenvolvimento nacional da radioastronomia.

O livro é bom de ler, mas não sei se agradaria a muita gente, por que para mim, em especial, agradou por que sempre gostei de astronomia, talvez se fosse sobre outra ciência, ele não me seria assim tão interessante. Mas ainda que eu tenha gostado do livro, achei que há muita informação técnica da qual eu nunca tinha ouvido falar, como radiotelescópios que funcionam em um certo comprimento de onda e em certas frequencias. Eu realmente achava que todo radiotelescópio era semelhante entre si, assim como são os telescópios ópticos. Em algum momento o livro fica um pouco chato de ler, mas ainda assim é sempre interessante saber de alguns dados científicos. A história da radioastronomia no Brasil mostra mesmo como o lado pessoal e político das pessoas e países podem atrasar tanto o conhecimento científico. Nesse sentido o autor soube colocar com muita clareza tudo que aconteceu por aqui. Nota 7.0

Estados Unidos o novo imperialismo

Título: Estados Unidos o novo imperialismo (America, the new imperialism)

Autor: Victor G. Kiernan

Editora: Record

Páginas: 470 (com notas) e índice de 471 a 486

ISBN: 9788501074416

Tradução: Ricardo Doninelli-Mendes

O livro, escrito pelo Marxista V.G. Kiernan, conta a parte da história dos Estados Unidos que ele julga que demonstra como essa nação foi, e é imperialista. Obviamente tendencioso, ele é mais um desses pensadores que não gostam dos Estados Unidos. Embore eu não concorde com muito do ponto de vista dele, é inegável que ele fez uma grande pesquisa, e que conhece muito do que está falando, inclusive para selecionar o que ele achou que deveria colocar no livro. Certamente que não escreveu tudo que soube nas suas pesquisas, mas principalmente o que corrobora com seu ponto de vista. Todavia o livro certamente tem muito valor histórico. É preciso separar os fatos das opiniões pessoais.

Independente de pontos de vista, o livro é muito chato de ler. Eu comecei a leitura no ano passado, e antes de terminar, ainda li dois livros da Marian Keyes totalizando mais de mil páginas antes de lutar para terminar esse. Além de ser chato, ainda tem, ao final de cada capítulo, centenas de notas, que nem dá para ler tudo, já que eram, na maioria das vezes, referências ao que ele estava explicando. Isso em si, é até um mérito de alguém que queira mostrar seu lado da história, mas até que ponto há credibilidade nessas notas, seria preciso verificar, e mesmo que seja tudo verdade, seria também necessário entender o contexto no qual as explanações foram feitas. Mas também é preciso reconhecer que se o leitor conseguir se abstrair da tendenciosidade do autor, restará um excelente livro de grande parte da história dos Estados Unidos. Tem esse valor, mas não achei agradável de ler. Nota 3.0