sexta-feira, novembro 29, 2019

Receitas para ficar doente

Título: Receitas para ficar doente
Autor: Dr. Márcio Bontempo
Editora: Hemus
Páginas: 164


O Dr. Márcio acredita que vivemos em uma sociedade em que tudo se faz para fazer as pessoas doentes, e permanece-las assim. Os médico mais prejudicam do que ajudam. Os remédios fazem mais mal do que curam. Segundo ele, a alimentação da população é péssima, os hábitos horríveis, e os costumes pior ainda. Enfim, tudo contribui para que a saúde das pessoas se deteriorem cada vez mais. Ele é naturalista e evidentemente a favor das terapias alternativas. Acha que chás, ervas e boa alimentação, além de uma vida saudável com prática de esportes e sem stress é muito mais eficiente do que qualquer tratamento médico convencional. Acho até que ele tem razão, mas também acho que nesse livro ele exagera um pouco nesse sentido, afinal precisamos da médicos eventualmente.
O livro, como diz o título, são "conselhos" para ficar e permanecer doente. É claro que é uma ironia, e para quem for adepto das suas ideias, o certo é fazer tudo ao contrário do que ele diz. Ele tem muito conhecimento de medicina e explica como as coisas funcionam para o "mal", e o porque disso.
O livro é fácil de ler, e levemente divertido, mas em alguns momentos há longas listas de remédios e doenças que cansam um pouco a leitura. Mas ainda assim é instrutivo e rápido de ler. Nota 7.0 

quarta-feira, novembro 27, 2019

Filosofia da Ciência

Título: Filosofia da Ciência
Autor: Alberto Oliva
Editora: Zahar
Páginas: 69, Referências e fontes 70-72, Leituras recomendadas 73-74, Sobre o autor 75
ISBN: 8571107459

Esse livrinho faz parte de uma coleção chamada -Filosofia Passo a Passo- e o autor explica o, digamos assim, mecanismo do conhecimento. São nove capítulos onde ele discorre sobre o "motor do conhecimento", "Obstáculos ao conhecimento" e outros capítulos desse tipo. Obviamente a ciência é grande canal para obtenção do conhecimento, e ele explica sobre formação de teorias, validação das mesmas, e por fim fala sobre as ciências sociais, e a diferença entre elas e as ciências exatas.
Apesar de ser um livro pequeno, com apenas 69 páginas, não é tão fácil assim de ler. O autor recorre a palavras rebuscadas e as explicações são muitas vezes parecidas com teoremas ou coisas afins. Há muitas citações de filósofos e referência aos seus livros. Achei um pouco difícil de entender, e até por ser um livro de filosofia da ciência, não é literariamente muito agradável de ler. É mais para quem está interessado muito no assunto, ou tem algum trabalho a fazer na área. Nota 4.0

domingo, novembro 24, 2019

Um Ganso em Toulouse

Título: Um Ganso em Toulouse (A Goose in Toulouse)
Autor: Mort Rosenblum
Editora: Rocco
Páginas: 376
ISBN: 8532515150


Tradução: Talita M. Rodrigues


Mort Rosemblun é correspondente da Associated Press, com base na França. Ele é especialista em haute cuisine, ou seja gastronomia, e política internacional. Nesse livro o autor percorre a França, de Paris às cidades bem pequenas, descrevendo os aspectos culinários de cada lugar. Ele fala dos queijos, tão populares na França, de seus vinhos e Champagnes, do foie gras (patê de fígado de ganso) que obviamente tem a ver com os 'Gansos de Toulouse', que embora empreste o título do capítulo ao título do livro, é só uma dos seus maravilhosos passeios. Fala das trufas e das ostras, e tudo mais que compõe a rica cozinha francesa. Mas não é só de culinária que o livro trata. Ele conversa com os franceses para obter o ponto de vista deles sobre o que estava acontecendo com a França na época em que o livro foi escrito. Obviamente o "tema" -Mc Donald's- é por muitas vezes abordado. O quanto ele, e a cultura fast food influenciou na gastronomia francesa?
O livro é dividido em 19 capítulos, que de certa forma são independentes, mas se complementam numa grande perspectiva do que é a França através da sua culinária.
Inicialmente achei o livro um pouco confuso, mas quando eu fui percebendo realmente do que se tratava, a leitura se tornou mais agradável, e culturalmente interessante. Se você gosta da França, esse livro é quase que indispensável. A história e o pensamento dos franceses em relação a França e ao mundo estão muito bem descritos nessas páginas. As viagens, ou passeios, do autor, foram em torno de 1999, quando a moeda em uso no país ainda era o Franco, mas há muitas referências ao que se tornaria a União Europeia e ao Euro. Sem dúvida é um livro bom de ler, mas é preciso insistir um pouco no início. Nota 6.5

Dica: Aconselho a quem for ler esse livro, estar com um mapa da França por perto, Eu não fiz isso por não ter recebido essa dica, mas acredito que a leitura vai ficar mais interessante,

quarta-feira, novembro 13, 2019

Pistoleiros/Putas e Dementes

Título: Pistoleiros/Putas e Dementes (Greatest Hits)
Autor: Efraim Medina Reyes
Editora: Garamond
Páginas: 92
ISBN: 8576171074

Tradução: Maria Alzira Brum Lemos

Esse livro do Efraim Medina Reyes é uma coletânea de pequenos textos que ele chama de poesia. Pode até ser que seja, isso não é minha "área". Mas é difícil de compreender como alguém escreve um monte de linha sem quase qualquer sentido. Não que seja ruim de ler, até porque a maioria é bem curta, mas algumas frases não conseguem dizer nada, pelo menos para mim. Tem um interessante sumário onde ele coloca cada um dos seus "poemas" no início do livro, que ele divide em capítulos. São eles, os capítulos, "Riso das Pedras e dos Peixes"; "O Verme Metafísico" e "Clube de Pistoleiros". Cada um deles é dividido em diversos "poemas". O último deles, com o título de "Um tal Ciro", Efraim conta sobre um amigo, esse Ciro, que parecia ser uma pessoa especial na vida dele, um verdadeiro amigo, que morreu em um acidente de atropelamento.
Não é um livro "normal", e talvez Efraim nem quisesse que fosse, mas é repleto dessas pseudo-poesias, que para mim não tem significado algum. Mas é fácil e rápido de ler. Pode ser um bom passatempo, mas é só isso. Nota 3.0

sábado, novembro 09, 2019

O Dossiê Odessa

Título: O Dossiê Odessa (The Odessa File)
Autor: Frederick Forsyth
Editora: Record
Páginas: 274

Tradução: Pinheiro de Lemos

Peter Miller, um reporter freelancer alemão, vai atrás de uma ambulância na esperança de achar uma reportagem interessante. Quando descobre que era apenas um velho que se suicidou, desistiu do caso. Mas em outro dia, o sargento Karl Brandt responsável pelo caso, deu a ele um diário encontrado com o velho Salomon Tauber, o suicida, que narrava os horrores da vida no campo de concentração nazista em Riga. Os horrores narrado por Tauber eram protagonizado por Eduard Roschmann, das SS.
A partir daí Peter Miller, impressionado com o diário, passa a procurar incessantemente por Roschmann.
A Odessa, do título do livro, era uma organização destinada a dar salvaguarda aos oficiais nazistas dando-lhes identidades falsas e organizando uma vida futura para cada um deles que a procurassem após o fim da guerra.
Peter Miller vai até as últimas consequências para achar Roschmann.
Paralelo a isso, há um plano, organizado no Egito, para enviar bombas para Israel com o objetivo de acabar com o Estado Judeu. Esses fatos são entrelaçados nessa história de Forsyth.
É difícil saber o que é ficção e realidade nesse livro, que é muito bem escrito sobre esse período (1963) em que a história se passa.
O livro é bom de ler, e fica melhor com o passar do tempo. É uma história fascinante, e provavelmente tem muito de verdade em tudo que é narrado. Um excelente livro para se compreender o momento dessa época na Alemanha. Nota 8.0

quarta-feira, novembro 06, 2019

Matemática Divertida e Curiosa

Título: Matemática Divertida e Curiosa
Autor: Malba Tahan (Prof. Júlio Cesar de Mello e Souza)
Editora: Record
Páginas: 152

Esse é mais um livro sobre curiosidades matemáticas simples mas interessante de se ler. Recentemente li um livro desse mesmo "Malba Tahan" que é bem parecido com esse. É um conjunto de curiosidades e fatos relacionados com matemática que tem como objetivo estimular os jovens, ou pessoas de qualquer idade, a se interessar por matemática. Acontece que o professor Júlio César, que na verdade é um estudioso de matemática e da cultura árabe, preza muito mais pela recreação do que pelo rigor exigido pela matemática. Creio que ele entenda que é essa a melhor forma de fazer a matéria parecer interessante, e acho que é até uma boa ideia, mas talvez um pouco de rigor a mais pudesse ser melhor. Mas isso é uma questão pessoal. Ele é o tipo de pessoa que chama matemático de geômetra, coisas da cultura árabe.
O livro é gostoso de ler e assim como o outro não tem a necessidade de se ler do início ao fim. Basta escolher alguns capítulos aleatórios e você já pode entender como é que o livro funciona. É bom para ler, mas embora o leitor possa aprender algumas curiosidades interessantes ele não vai se tornar um expert em matemática lendo esse livro. Nota 5.0

sábado, novembro 02, 2019

Helena

Título: Helena
Autor: Machado de Assis
Editora: Saraiva
Páginas: 222

O Conselheiro Vale, morre e deixa no testamento um pedido à família que adote Helena, uma filha ilegítima que ninguém, até então, sabia da existência. A família é constituída basicamente por Estácio, irmão de Helena, e D. Úrsula, tia de Estácio.
O irmão a recebe bem, com entusiasmo, já a tia, com alguma reserva. Com o tempo, a doçura e inteligência de Helena acaba por conquistar a tia e todos que a conhecem. Estácio está para pedir a mão de Eugênia, filha de Camargo, amigo da família, em casamento. Mendonça, amigo de Estácio, que estava na Europa, volta ao Brasil e acaba se enamorando de Helena, mesmo contra a vontade de Estácio.
A despeito de tudo isso, Helena guarda um segredo, que vem a ser a tônica do livro.
A história se passa em Andaraí, Rio Comprido e Tijuca de 1859, época em que o Rio era chamado de Corte, e ainda havia escravos.
É um romance típico de Machado de Assis, com uma linguagem rebuscada e antiquada. Acho difícil que os jovens daquela idade (Helena tinha cerca de 17 anos, e Estácio uma idade semelhante) usassem de um vocabulário tão vasto, com tantas metáforas e polidez. O livro, antigo, ainda usa palavras como "cousa" (coisa) ou "dous" (dois), mas apesar disso é fácil de ler. É um clássico da literatura brasileira, e embora seja um tanto piegas, é também uma história comovente, com um final inesperado. É bom de ler. Nota 7.0