Título: Senhora

Autor: José de Alencar

Editora: DCL

Páginas: 192

ISBN:9788536815299

José de Alencar conta aqui, em um dos seus mais importantes romances, a história de Aurélia, de origem pobre, que ficou órfã de pai bem criança, com a mãe e o irmão mais novo com dificuldades para viver. O irmão dela também morre e a mãe com medo que Aurélia fique sozinha no mundo quando também se for, insiste que a filha procure um marido. Ela, a princípio não se interessa por ninguém, mas um dia conhece Fernando Seixas, e os dois acabam se apaixonando e Fernando pede a mão dela em casamento. Entretanto Seixas era pobre e com dívidas, sabendo que não poderia dar uma vida que ele achava que Aurélia merecia, acaba por se comprometer com Adelaide que prometia um dote de 30 contos. Aurélia, que nunca sonhou com vida de luxo, se sente traída. Posteriormente a mãe dela também morre e a filha fica sendo tutelada por um tio uma parente chamada D. Firmina.

Ela, que estava bem desamparada pelo destino recebe uma herança milhonária do pai do seu pai. Então, linda como era, se torna uma rainha da sociedade fluminense da época. Acontece que ela quer Seixas, mas embora ainda apaixonada, seu objetivo é humilha-lo. É esse o tema do livro.

Dividido em 4 partes com vários capítulos cada, é um típico livro de novela, em quo o casal se apaixona, depois há uma ruptura, e só nas últimas páginas conheceremos o destino deles. É bom de ler para quem gosta do estilo. É mais um livro desse que se passa em um tempo muito antigo, onde o Rio de Janeiro era chamado de corte. É gostoso de ler, mas é só isso. Nota 6.5   

Título: Inocência

Autor: Visconde de Taunay

Editora: DCL

Páginas: 136

ISBN: 9788536815312

Um médico, que não era médico de verdade, mas tinha feito um curso de farmácia, estava caminhando à cavalo no interior do Mato Grosso, perto de Sant'Ana do Parnaíba, quando Pereira se aproxima dele e começa a conversar. Pereira tem uma filha chamada Inocência que está doente, ele comvida Cirino, o "médico" a se hospedar com ele, e ajudar no tratamento de Inocência. Acontece que Pereira é muito duro quanto a quem tem acesso a filha dele, que está prometida para Manecão, um cara meio rude das redondezas. Cirino começa a tratar de Inocência com ervas e outros medicamentos. Paralelamente a isso, um naturalista alemão, junto com um empregado chega a casa de Pereira no meio da noite e fica lá hospedado. Porém sem os avisos de Pereira, Meyer incorrre no problema de elogiar a beleza de Inocência, o que deixa o pai da garota furioso. Ele passa ficar de olho no Meyer e não percebe que é Cirino quem se apaixona pela Inocência. O final é triste e eles não vivem felizes para sempre.
Tenho a impressão de que lí esse livro na adolescêcia para uma prova da escola, mas não lembrava de nada. É mais um livro passado no século 19 que mostra como era a vida, os costumes e a forma de pensar do sertanejo da época. Gostei de ler, mas é daqueles que classifico como passatempo. Nota 6.5 

Título: Casa de Pensão

Autor: Aluísio Azevedo

Editora: DCL

Páginas: 232

ISBN: 97885386153374

O texto escrito no século 19 conta a história de Amâncio Vasconcelos, um jovem que vem do Maranhão para o Rio de Janeiro (a Corte) para estudar, e fica inicialmente hospedado na casa de Luís de Campos, um antigo conhecido da família. Ele fica muito interessado em Hortênsia, mulher de Campos e tenta de alguma forma um relacionamento com ela, que embora dê alguns indícios de retribuição dos sentimentos, quando confrontada nega qualquer envolvimento. Ele conhece João Coqueiro, um carioca casado com Mme. Brizard, uma francesa mais velha que ele que teve uma história longa e foi parar no Brasil. Brizard e Coqueiro tem uma casa de Pensão e convida Amâncio a morar com eles. A verdade é que o casal tinha interesse em que Amâncio casasse com Amélia, irmã de Coqueiro, por entre outras razão, a principal é que Amâncio era rico. Na casa de pensão havia, obviamente outros hospedes, entre os quais um casal, o Pereira e a Lúcia. Amâncio querendo esquecer de Hortênsia acaba tendo um caso não consumado com Lúcia. Entretanto Coqueiro e a esposa percebem e tentam dar um fim naquilo. Eles exploram o Amâncio financeiramente o tempo todo, mas Lúcia esclarece o plano a Amâncio. Entretanto Amâncio aceita o amor de Amelia, que no início era muito dócil, mas se torna com o tempo uma exploradora também. O romance vai por aí até o trágico final.

É um livro interessante de ler, sobretudo pelas palavras e a forma de se falar no século 19. Também ambientado no Rio de Janeiro, conta um pouquinho de como era a cidade naquela época. Por exemplo, o bairro de Santa Teresa era considerado um lugar bom para pessoas se curarem de algumas doenças, por estar uma parte elevada da cidade.

Vale realmente a pena ler, principalmente para quem gosta dos livros desses autores dessa época no Brasil. Nota 6.5

 

 Melhor livro do 2021 >>>

Como sempre, um ano inteiro de livros sempre há alguns muito bons. Eu vou dar o "Prêmio" para "A Árvore que dava Dinheiro" de  Domingos Pellegrini, mas tenho que citar "Inferno" de Dan Brown que foi outro excelente livro.

Título: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Autor: Lima Barreto

Editora: DCL 

Páginas 159 

ISBN: 9788536815305 

O livro conta a história de Policarpo Quaresma que era apaixonado pelo Brasil, e achava que o país era o melhor do mundo. Acreditava que as terras eram férteis, que o povo era amigável, o clima era bom, e por aí vai. Ele achava que o idioma oficial do Brasil deveria ser o tupi, de origem indígena local e portanto verdadeiramente brasileira. Um dia ele escreve um memorando oficial em tupi e isso causou grandes problemas. Por sugestão (arrependida) de uma afilhada Policarpo vai morar em um sítio em Curuzu, próximo ao Rio de Janeiro. Lá ele tenta produzir alimentos e criar animais, mas ao contrário do que pensava, não era tão fácil assim. Ele comprava livros sobre o assunto, mas nunca funcionava do jeito que ele queria. Quando tudo estava quase perdido ele volta ao Rio de Janeiro para pedir ao Marechal Floriano de Peixoto, de quem era conhecido, ajuda para os agricultores do interior. Para isso ele se alista em um batalhão que estava enfrentando uns revoltosos. Ele vê o amigo Ricardo Coração dos Outros ir contra a vontade para a guerra também. Posteriormente, ele acaba preso e passa o resto da vida na cadeia por ter escrito umas cartas para o governo, compreendendo finalmente que seu patriotismo e tudo no qual ele acreditou na vida toda
era ilusão. É um triste fim para uma vida tão dedicada a pátria, que de certa forma o traiu. O livro é dividido em três partes, com vários capítulos em cada uma. O texto retrata a época do Floriano de Peixoto, e a vida como era então. Tive alguma dificuldade em engrenar uma leitura fluida, mesmo com capítulos pequenos. Curiosamente, quando a vida vai se tornando mais pesada e difícil para o Quaresma, o livro me pareceu ficar mais interessante. Mas o fim é triste mesmo. Embora seja ficção, é histórico, e ajuda a compreender aquele período no Brasil. Nota 5.5

Título: O Primo Basílio

Autor: Eça de Queiroz

Editora: DCL

Páginas: 293 (294-296 Carta de Eça de Queiroz para Teófilo Braga)

ISBN: 9788536815329

A história, passada em Lisboa, Portugal e publicada em 1878 fala sobre o romance extraconjugal entre Luísa e seu primo Basílio. Eles foram namorados na juventude, mas Basílio viajou para outros países e ficaram sem se ver por um bom tempo. Em uma determinada época, que Jorge, engenheiro e marido de Luísa está fora. o primo Basílio retorna a Lisboa e ele e Luísa começam um relacionamento íntimo. Luísa tinha duas empregadas, Joana e Juliana. Juliana era revoltada com a vida que vivia e descobre, através de algumas cartas que Luísa escreve para Basílio e inadvertidamente coloca em lugares inseguros, ou não tão seguros assim o romance entre os dois. E a partir daí começa a chantagear Luísa, que sofre muito com isso. Jorge volta da viagem e estranha a forma como Luísa estava tratando Juliana, bem demais. Luísa sofre muito com essa situação e acaba se abrindo com Sebastião, amigo de Jorge, mas também de Luísa. Sebastião resolve ajudar Luísa, e vai recuperar as cartas. Juliana sofre um aneurisma e morre, e aparentemente o problema de Luísa está resolvido. Mas Basílio escreve uma carta para ela, que Jorge intercepta e a lê. Então confronta Luísa que acaba morrendo de desgosto pela descoberta do romance, mesmo Jorge a perdoando. É um fim triste para uma longa história.

O livro é interessante, mas como não podia deixar de ser, há muitas palavras e modos de se expressar de Portugal do século 19. É bom de ler, mas é mais como passatempo. Nota 6.5   

A Mão e a Luva

Título: A Mão e a Luva

Autor: Machado de Assis

Editora: DCL

Páginas: 88

ISBN: 9788536815343

O livro conta a história de Estevão que era apaixonado pela Guiomar, sua colega de escola. Mas eles só trocavam olhares. Estevão precisou ir para São Paulo e pediu a Guiomar o escrever, mas ela respondeu: "Esqueça-se disso". Ele ficou inconsolável e foi desabafar com o amigo Luís Alves.

Dois anos depois, já formado em direito, Estevão volta para o Rio e fica na chácara de Luís Alves. Então ele descobre  que Guiomar era vizinha de Luís, e o amor represado e esquecido voltou com toda força. Guiomar morava com a madrinha, a baronesa que a havia adotado após a morte dos pais da menina. Na chácara da baronesa morava também uma espécie de empregada da casa Mrs Oswald, uma inglesa que teve alguns problemas na vida e acabou ficando com a baronesa. Guiomar tinha um primo Jorge que também gostava muito dela. Muitas coisas acontecem até um desfecho surpreendente, mas claro, não vou contar aqui.

O livro me parece típico de Machado de Assis, que gosta de "conversar" com os leitores em alguns momentos. A história se passa no século 19, quando o Rio de Janeiro era outro em relação aos tempos atuais. Imagina que existiam chácaras em Botafogo!

É gostoso de ler, com capítulos curtos, sendo que o próprio livro é curto. Dá para ler em 2 ou 3 dias. Vale a pena. Nota 6.0

Quincas Borba

Título: Quincas Borba

Autor: Machado de Assis

Editora: DCL

Páginas: 200

ISBN:9788536815367

Quincas Borba, morador de Barbacena, filósofo e com muitos bens morre no início do livro. Ele tinha um cachorro que batizou com o seu próprio nome: Quincas Borba. Ele não tinha parentes e deixou tudo que possuia para Rubião, seu grande amigo, com a condição de Rubião cuidar do cachorro. Este vai morar no Rio de Janeiro, e no caminho, em um trem,conhece o Palha e sua esposa Sofia. Eles ficam amigos, e empresta dinheiro ao Palha. Ele janta algumas vezes com o casal e aos poucos se apaixona pela Sofia. Ele inclusive, em uma noite festiva acaba se declarando para ela, mas ela prefere tentar ignorar, mas conta ao marido, que também tenta ignorar o caso. Mais para o final do livro, Rubião fica meio que maluco e vai inclusive para uma espécie de hospício. Mas ele melhora e volta para Barbacena, tendo perdido quase tudo. Em Brabacena fica meio que doido novamente e a história tem um final triste.

É um livro típico do Machado de Assis, e portanto bom, mas acho que estica muito a história, apesar de só ter 200 páginas. É uma história interessante que se passa no século 17/18, e se passa na maior parte do tempo no Rio de Janeiro daquela época. Nota 5.5

Título: O Velho da Horta e Auto da Barca do Inferno

Autor: Gil Vicente

Editora: DCL

Páginas 80

ISBN: 9788536807584

Esse livro tem duas histórias distintas. A primeiro "O Velho da Horta" conta a o caso de um velho que tinha uma horta e se apaixona por uma moça que veio comprar algumas hotaliças. Entretanto a moça não quer nada com ele, sobretudo pela sua idade. A segunda história "Auto da Barca do Inferno" conta uma história de que havia duas barcas, a do Inferno com o diabo e a da Glória com o anjo. Várias pessoas conversam com as o diabo e depois com o anjo com o óbvio intuito de pegar a barca da Glória, mas o anjo as rejeita todas, a excessão dos últimos que são 4 cavaleiros que trazem a cruz de Cristo. As outras acabam na barca do Inferno. No final entendi que é o que acontecia com essas pessoas quando elas morriam.

Na verdade essas contos são peças de teatro que foram encenadas na época que viveu o autor, no final do século XV e início do XVI. São todas diálogos com rimas que não deixam de ser interessante de ler. Mas não é o tipo de livro que me agrade, mas para quem gosta de rimas é bom de ler. Nota 5.0 

Título: Cartas Chilenas

Autor: Tomás Antônio Gonzaga

Editora: DCL

Páginas: 128

ISBN: 9788536815336

Graças ao prólogo pude saber que esse livro não tem nada a ver com o Chile. Na verdade é sobre Vila Rica, atual Ouro Preto. Acontece que nessa época escrever qualquer coisa contra o governo podia resultar em morte. Então o autor optou por dizer que era sobre a Chile. Interessante que ele trata o Chile como A Chile.

São um total de 13 cartas que ele assina como Critilo escrevendo a um personagem chamado Doroteu. O livro é em forma de poema sem rimas, e obviamente há críticas a quem ele chama de chefe. Há inúmeras e irritantes notas de pé-de-página para explicar palavras e expressões. Isso pode ser eventualmente útil, mas o editor exagerou.

Achei o livro muito ruim de ler, e se não fosse o prólogo eu mal entenderia do que se trata. Pode ser que seja útil para quem goste de história, mas eu não gostei. Nota 2.0

Título: A Árvore que dava Dinheiro

Autor: Domingos Pellegrini

Editora: Ática

Páginas: 57

Eu li, ou ví em algum lugar sobre esse livro, e consegui fazer download pela equipe Le Livros e passei para o meu celular, e foi nele que li essa obra.

A história começa numa cidade fictícia chamada Felicidade onde vivia um velho unha-de-fome, que morreu deixando sua fortuna e casa para seus inquilinos. Ele deixou três sementes que pediu que fosse plantada na praça com cerimônia pública. Ninguém deu muita bola mas plantaram assim mesmo. Então a árvore nasceu e depois de algum tempo cresceu e um certo dia floresceu. Só que suas flores eram dinheiro, e todo mundo começou a catar. Posteriormente os cidadão da cidade resolveram cortar a árvore para plantar uma mudinha nos seus quintais, e então todo mundo começou a colher dinheiro fácil.

Obviamente isso descontrolou completamente a economia da cidade fazendo uma verdadeira confusão.

Acontece que quando alguém tentou sair da cidade com pilhas de dinheiro, ao passar por uma ponte que ligava a cidade a estrada ou algo assim, o dinheiro virava pó. A história vai por aí até que um dia tudo volta ao normal.

A estilística, se é que é assim que fala, do autor é muito boa, muitas vezes engraçada, mas é peculiar. Eu gostei muito. Pena que o livro seja tão curtinho, mas é realmente muito bom. Nota 8.0

Noções básicas de Antropofasia

Título: Noções básicas de Antropofasia

Autor: Rudolf Lanz

Páginas: 95

Editora: Editora Antroposófica

ISBN: 9788571220249

Achei esse livro na rua, jogado no chão. Gostaria de devolver ao dono, mas não sei como. Caso ele leia esse blog, coloque um aviso no comentário que eu tento devolver. O livro em sí tenta explicar o que é Antropofasia, mas sinceramente não entendi muito o seu significado. Fica claro que tem "ares" de espiritismo. fala da vida depois da morte, da evolução do homem, o estado pré-terrestre entre outros conceitos. São coisas às vezes abstratas que não ficam claras às explicações, ainda assim a idéia é essa.

Não é ruim de ler, mas também não me agradou muito. Para um livro de 95 páginas, demorei mais do que devia para completar a leitura. Entretanto acho que as pessoas que gostam de assuntos paranormais, ou algo assim, talvez seja agradável a leitura. Não é um livro enfadonho, mas para mim não foi muito produtivo. Nota 4.0

O Fim do Mundo

Título: O Fim do Mundo (The End of the World)

Autor: Richard Morris

Editora: Francisco Alves

Páginas: 127

Tradução: Angela do Nascimento Machado

O livro trata das diversas formas de como o mundo, ou a espécie humana pode acabar. Dividido em duas partes: "O FIM DO MUNDO" e "O FIM DO UNIVERSO", sendo a primeira parte um pouco maior, o livro discute, em cada capítulo, as possibilidades do fim do mundo. Antes de mais nada, o livro deixa claro que o mundo, ou seja, o planeta Terra, vai acabar, de uma forma ou de outra. Logo no segundo capítulo ele descreve a "Evolução e Morte do Sol", que indiscutivelmente vai acontecer algum dia. Segue falando sobre as "Supernovas"; mais adiante discorre sobre "As Eras Glaciais", a possibilidade de "Colisões com Corpos Celestes" e finalmentre sobre "Catástrofes Provocadas pelo Homem". Obviamente é citado o problema do "ataque" a camada de ozônio. Na segunda parte ele inicia falando sobre "A Morte das Estrelas" depois sobre "A Morte do Universo", terminando pelo capítulo "O Universo Renascido?", que divaga sobre a possibilidade do Universo nascer de uma grande explosão, teoria atualmente aceita, e sobre uma futura implosão, e depois tudo se iniciar novamente, de forma infinita. Há outros capítulos, mas basicamente o livro fala sobre isso.

É interessante e muito voltado para os aspectos astronômicos. A fluência é boa, mas nada que prenda tanto assim o leitor. É um livro que fala sobre um assunto que provavelmente não se resolverá nos próximos milhões de anos. Mas claro, é sempre uma coisa boa de aprender. É preciso gostar um pouco de astronomia e se interessar pelo assunto para gostar do livro. Quanto mais o leitor estiver familiarizado com esse tema, mais ele aproveitará a leitura, mas é mais um que eu recomendaria ler. Nota 6.5

 

Transcontos

Título: Transcontos

Autor: Herberto Sales

Editora: Civilização Brasileira

Páginas: 255

Ganhei esse livro por razão da minha formatura. Faz muito tempo mesmo. Nem sei se já o tinha lido antes, mas um conto em especial (O Se...) eu já conhecia. É um livro de contos, como sugere o título, e para mim tiveram a característica de mostrar uma época antiga, com descrições de casos que dá para entender que foi escrito há muito tempo, nas décadas de sessenta, setenta do século XX. É bom de ler sem ser maravilhoso. Alguns nem parecem ter algum final justificável, mas a leitura flui bem. Ele é dividido em duas partes, a primeira intitulada "Histórias Ordinárias" e a segunda parte, "Uma Telha a Menos", mas não senti diferença entre as duas. São muitos contos curtos, a maioria ambientada no Rio de Janeiro. Destaco "O Automóvel", o mais comprido de todos, que fala sobre um homem que ganhou um carro em um sorteio, e nem sabia dirigir. O apego que ele tem ao carro é grande, mas não tem um final feliz. O Segundo é o "Se..." que achei engraçado pela forma como termina. É mais um desses livros que eu considero apenas passatempo. Mas dá prazer de ler. O que me marcou mais em todo ele são as coisas antigas que ele evoca. A maioria dos jovens nem saberiam do que se trata. Nota 6.5  

Título: A Bruxa de Amsterdã (Tumbleweed)

Autor: Janwillem van de wetering

Editora: Brasiliense

Páginas: 203

ISBN: 8511230866

Tradução: Álvaro Hattnher

Esse livro é um romance policial que conta a história do assassinato de  Maria van Buren, nascida em Curaçao eque havia migrado para Amsterdã. O Investigador-assistente Grijpstra e o sargento-investigado de Gier cuidam do caso.  Eles descobrem que Maria era uma espécie de prostituta de luxo, que morava em um barco em um dos canais da cidade. Ela é encontrada com uma facada nas costas e os investigadores começam a procurar o assassino. Ela tinha alguns clientes fixos, e é por eles que se inicia a investigação. A princípio todos tinha álibis coerentes, e não parecem culpados. Mas a investigação prossegue. Um comissário da polícia vai até Curaçao descobrir fatos sobre o passado de Maria. A investigação prossegue até a solução do caso, que obviamente não vou citar aqui.

É um típico livro de história policial. Bem escrito, mas um pouquinho arrastado. Penso que o autor colocou no livro alguns detalhes irrelevantes da vida dos personagens, que não tinha nada a ver com o processo de resolução do caso. Ainda assim é bom de ler. O fato da maioria da narrativa ser passada na Holanda, inclusive em uma ilha do país, faz do livro uma diferenciação interessante, e claro, a parte de Curação também enfeita um pouco a história. O título se deve ao fato de Maria ter algumas plantas venenosas no barco e aparentemente alguma ligação com magia negra, mas isso não tem nada a ver com seu assassinato. Nota 6.5

   

Título: "Causos" russos

Autor: Mikhaíl M. Zóchtchenko

Editora: Edições Paulinas

Páginas: 106

ISBN: 8505008014

Tradução: Tatiana Belinky

"Causos" russos, que por alguma razão não tinha no livro o nome original da obra, é um pequeno livrinho de contos, com pouco mais de vinte deles, que falam sobre o cotidiano suponho da Russia, em uma época que ainda fazia parte da União Soviética. São curtos e fáceis de ler, apesar de o nome dos personagens serem impronunciáveis para nós brasileiros. Ele tem uma tendência ao bom humor, mas não achei nenhum conto muito engraçado, mas sim gostoso de ler. É um livro simples daqueles que eu consideraria livro "passatempo". Não é profundo e nem almeja isso. É apenas para entretenimento. Os contos não apresentam surpresas, mas também não são óbvios. Vale realmente a pena ler. E se tiver tempo e disposição, acaba com o livro em menos de 24 horas. Nota 5.0